Gestora aposta em estratégia que une modelo quant com julgamento

Objetivo da gestora Kilima, sob a liderança de Alexandre Mathias (ex-Petros), é crescer com produtos diversificados

Os planos da gestora Kilima são ambiciosos. Depois de encerrar o primeiro mês do ano com 1,7 bilhão de reais de ativos sob gestão, planeja crescer quase 10 vezes em quatro anos com diferentes produtos.

Como primeiro passo, prepara-se para lançar sua primeira família de fundos de gestão ativa, a Nautilus. Ela será formada por três produtos: um fundo multimercado, um fundo de ações e um long biased.

O objetivo será bater o índice de referência e gerar resultado significativo com mandato de risco amplo. Voltados para clientes de alta renda, os três fundos terão aplicação inicial de 5.000 reais.

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O plano é oferecer, até abril, um total de nove fundos. Hoje a asset tem no portfólio um fundo de renda fixa, um fundo imobiliário e três fundos diversificados, que permitem ao cliente ter acesso a uma cesta que há alguns anos só estava disponível para clientes do private banking, com mais de 10 milhões de reais. Neles, a alocação já está feita.

A nova fase de expansão é liderada por Alexandre Mathias, economista e ex-CIO (head de investimentos) da Petros, um dos maiores fundos de pensão do país. Trabalhou também no Garantia, na Itaú Asset e na Bradesco Asset.

Em entrevista à EXAME Invest, Mathias contou detalhes da estratégia da asset para os próximos anos e com qual cenário trabalha para 2022, em meio a um ambiente de juros mais elevados:

A Selic voltou a subir para a casa de dois dígitos. O que muda nos planos de alcançar 10 bilhões de reais sob gestão em quatro anos?

Em cinco ou dez anos, se o país mantiver a responsabilidade fiscal, a perspectiva é que a inflação seja de 3% a 4% ao ano. Nesse cenário, os juros nominais ficarão entre 6,5% a 8% ao ano. Por essa razão, acreditamos que o apetite em direção a ativos de risco vai continuar.

Além disso, o brasileiro ainda concentra muito seus investimento em reais. Com a queda recente dos juros, houve uma revolução de novos produtos e atualmente há uma parcela deles no qual se acessa facilmente investimentos lá fora. Para os próximos cinco anos, imagino que essa fatia possa crescer e atingir de 10% a 15% da carteira de aplicações do investidor nacional. Hoje, esses ativos representam menos de 5%.

Não queremos ser uma gestora independente com dois ou quatro produtos. O valor que almejamos pode parecer ambicioso, mas não teremos apenas fundos multimercado, mas também imobiliários, de crédito e até fundos de investimento em participações.

Poderíamos focar no nicho de estratégias estruturadas, mas, com essa estratégia, muitas gestoras abrem e fecham, pois lutam para ultrapassar a barreira de 100 milhões de reais de ativos sob gestão. O negócio de uma asset é mais complexo do que a gestão de um fundo. Conheço gestores brilhantes que quando abriram uma asset não foram tão brilhantes na gestão do negócio.

Uma asset é extremamente dependente de um bom resultado em conjunto com um bom momento do mercado. Nossa ideia é apostar em diversas estratégias, e não ficarmos dependentes de uma. Dessa forma o negócio se torna mais robusto e é possível montar mais parcerias na área de distribuição.

Quais os fundos que serão lançados?

Existem hoje um ou dois modelos de como gerir os resultados dos fundos. Podemos rebalancear a carteira em razão da performance ou coordenar o risco segundo a lógica de risco e retorno de uma estratégia. Nossos três pilares são: cenário, retorno esperado e otimização da carteira.

Diversos estudos apontam que a alocação explica de 70% a 95% do desempenho de um fundo: o restante é stock picking e timing do mercado. Na Petros, aprofundamos essa abordagem: se não conseguimos fazer giro dos ativos, temos de alocar. É uma oferta sofisticada, diferente de muitos multimercados no mercado. Ela se aproxima da estratégia quantitativa e pode ser definida como quantamental.

A estratégia quantamental é usada nos Estados Unidos com bastante frequência. Ela pode ser definida como soluções quantitativas com julgamento. Ou seja, no input de retorno esperado há o modelo de escolha, e é possível mensurar variáveis. Ao explicitar o julgamento, ele é monitorado para que não atrapalhe no retorno.

E na seara de fundos imobiliários, o que buscam?

Hoje temos nosso fundo de fundos (KISU11) e um de recebíveis high yield (KIVO11). Nosso próximo passo é ter um fundo de tijolo em breve. Será um fundo de renda urbana, que engloba tudo o que faz parte da cadeia produtiva dentro de perímetros urbanos. Desde um centro logístico da Amazon até lojas de supermercados, que dão retornos extremamente elevados para operador, e isso torna interessante para ele financiar a operação.

Já fizemos em dezembro uma emissão de cotas pequena do KIVO11 para sócios e investidores institucionais parceiros. Mas acreditamos no fundo e, daqui a três ou quatro meses, teremos uma emissão para um público maior. Os recebíveis high yield são valiosos em época de inflação alta. Esperamos que a alta dos preços continue em 2022 e 2023. Hoje os CRIs pagam IPCA mais 9%. Mesmo que o BC reduza os juros reais, ele continuará pagando esse rendimento.

Quais são as suas perspectivas para a economia em 2022?

A perda da âncora fiscal teve consequência importante nos preços dos ativos. O Brasil tem uma dívida muito alta. A expectativa do credor, para um país emergente com dívida alta, é que esteja ao menos estável ou caindo.

Na gestão de Dilma Rousseff, tínhamos a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas ela se mostrou insuficiente. Tivemos de colocar uma âncora, mudamos Constituição e ela se tornou crível. Mas novamente a credibilidade caiu e ultrapassamos o teto de gastos.

Precisamos de um superávit primário de 1,5% para estabilizar a dívida, considerando um cenário de juros moderado. Ou seja, temos que sair de um déficit de 1,5% para um superávit de 1,5%. É um esforço significativo: a pressão de gastos é grande e ninguém quer pagar mais imposto. É difícil comprimir os gastos, e é essa a origem da incerteza.

Portanto, acreditamos que em 2022 o cenário não vai melhorar nem piorar: só mudará após a eleição. A questão do teto dos gastos já está incorporada ao preço dos ativos, pois todos sabem que ficará para o novo governante resolver.

Em nossa hipótese básica, em cenário congelado de deterioração do risco, a bolsa passa para 100 mil pontos, o dólar, de 5,00 reais para 5,70 reais, o crescimento do PIB fica próximo de zero, a Selic, perto de 11,5%, e a inflação, em 4,75% ao ano, o que será uma queda significativa em relação a 2021. A luz no fim do túnel será que o novo presidente faça o que se espera dele.

A normalização da política do Fed também estará no radar dos investidores, pois repercutirá no preço dos ativos. Após ter mantido os juros baixos devido à crise global e à covid-19, é esperado que vire a página e volte a normalizá-lo. A questão é qual será a velocidade desse aumento de juros e da remoção de subsídios. Em nosso cenário básico isso deve acontecer de maneira organizada. Não haverá nada dramático.

O processo de educação financeira do brasileiro vai retroceder em um cenário de juros mais altos?

É inegável que, com juros próximos de 11%, enquanto estavam em 2% há um ano, há uma fuga de ativos de risco para a renda fixa e o crédito privado.

Mas o investidor comete um erro quando tenta fazer timing de fundos. Se conhece o gestor, o histórico do fundo e a inteligência da casa, sabe que terá condições de ter uma boa performance em diversos cenários.

O problema é que ele não pensa antes sobre a alocação. Sai comprando e guiado pelo pior aconselhamento: o que está rendendo bem e rápido. Não reflete sobre como o ativo compõe a carteira e sobre seu risco. Dessa forma, a chance de comprar algo que está prestes a não performar mais tão bem é grande.

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Pela lógica da alocação, ele precisa colocar dinheiro em aplicações em dólar: quando as aplicações domésticas forem mal, ele se sairá bem. No longo prazo ele precisa bater a inflação e os juros reais, ter uma carteira bem montada.

O último ano de um fundo pode não ter sido bom, mas, nos últimos três anos, ele pode ter valorizado 30%. O investimento em um fundo multimercado precisa ser de, no mínimo, dois anos. Na renda variável, três anos. Menos que isso é depender de sorte.

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Fonte: Epoca

06/02/2022 10:00

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